sábado, 1 de maio de 2010

Destin(ando) - PARTE I

Andava outro dia pela rua, quando vi duas meninas vestidas de um antigo sonho meu. As duas tinham seus pés calejados em sandálias, um penteado típico no cabelo. Em suas bolsas, levavam consigo a causa do ferimento de seus pés. Ironicamente, a causa de sua dor é também a maior de suas alegrias - aquela sensação enebriante de esquecer-se, por um momento, de todos os problemas que nos cercam no dia-a-dia; desligar-se, ser você para você mesma, e ao mesmo tempo, não o ser; o delírio do enaltecimento, do esforço reconhecido. Um instante de agradecimento camuflado, a dança. A arte que pulsa em seu corpo de bailarino, diálogo entre o que me vê e o que eu me vejo. Conhecer-se acima de seus limites, superá-los a cada momento.

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