segunda-feira, 7 de março de 2011

Parto-me

É como aquela névoa gélida que envolve as nuvens nesses dias chuvosos e apaga todo o azul do céu. O sol vai se escondendo lentamente, até que não há mais sinal do seu brilho. Tudo o que se vê é escuro, triste. Algumas pessoas acham lindos os dias nublados, e o barulho da chuva, verdadeiramente tranquilizador. Ela não. Quer dizer, no fundo ela gostava sim de deitar-se em seu travesseiro ao som de trovoadas. Mas, naquele momento, ela estava chovendo por dentro. Sentia-se inundada demais, e, ao mesmo tempo, completamente vazia. Tudo o que antes ela mais queria, no momento era o que mais a assustava. Precisava de um apoio, alguém que a sustentasse, que "segurasse o seu braço". Lembranças invadiam sua cabeça a todo o momento.

_Vai passar. - era o que uma voz ao fundo dizia.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Para sempre, brilha.

Canto pra que tu possas ir em paz, minha pequena.
Canto enquanto meu coração ainda não alcança consolo,
mas canto sabendo que o que é teu já não dói.

Canto,
canto e peço que tu encontres serenidade,
o descanso de que tu tanto precisavas.

Canto porque tuas feridas já cicatrizaram, agora só restam as minhas.
Mas as minhas são terrenas, as minhas são saudade,
e saudade é dor que vira afago.

Canto em oração, meu anjo,
Canto pra poder encontrar-te em mim,
pra que possa sentir-te em mim...
Canto porque assim não choro, e por muito minhas lágrimas ainda insistem em saltar de meus olhos.

Diz pra mim, minha linda, diz pra mim que tu és estrela
Tu és estrela e brilharás aí, sempre,
onde quer que estejas.

Te amo aqui, te amarei sempre.



Para minha avó,
linda,
anjo que veio pra me ensinar que amar transcende qualquer limite.


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Fuga

Sinto o que não faço
na estreita caminhada da minha vida.

Caminho por onde sempre estive.

Meus passos já se dão marcados,
e por água despedem-se de meus olhos.
Rolam-se e deitam-se em minha face.

Nem mesmo esperam que eu possa alcançá-los,
que eu possa ir, também, embora de mim mesma.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Daquilo que posso entender

-Oi, meu amor. - foi tudo o que podes dizer a mim.
Aquele silêncio mórbido, eu já não sabia se me assustava ou não. Mas aquelas palavras balbuciadas sob tanto esforço, verdadeiramente sopradas, invadiram meu coração com esperança. Não sei se esperança agora ainda é uma boa coisa. Não neste momento. Sinto-me vazia. Mas lembrar-me de tua voz enchia-me novamente. Era a única hora em que sentia-me nobre, sentia minha existência real, meu sangue voltava a preencher-me e a fluir em minhas veias. Sentia-me viva mais uma vez. E é só por isso que ainda me levanto. Unicamente por isso, eu jogo fora minha dor. Dor física. Dor emocional. Dores que nunca havia sentido e nunca me havia sentido capaz de sentir. Dispo minha alma, minha mente, meu coração de toda a mágoa para apenas lembrar-me daquele momento. Daquela voz. Posso nunca mais vir a ouvi-la - é só o que consigo pensar. Machuca-me lembrar disto. Deito-me sobre ti e vejo que teu coração ainda pulsa bravamente. Como tens sido resistente a tudo isto! Vejo-me por um momento admirada por tua força. É por isso que tenho força também. Tu me dizes em teu olhar que preciso ser forte. Preciso enfrentar tudo com tua coragem. Tua coragem. Tiraram tua honra, tua dignidade, talvez, mas nada pode tirar tua coragem. Teus olhos espelham tanta verdade. Sinto que querem enviar uma mensagem aos meus. Talvez eu não seja ainda capaz de entendê-la. Talvez já a tenha entendido há muito tempo. "Me salva". Moveria céus e terras para isso, juro. Não sei se é suficiente aquilo que faço, mas não estou em minha zona de conforto. Meu anjo. Porque este amor assim tão tardio, será que tu ainda saberias dizer-me? Talvez não haja mesmo uma resposta. Ou talvez seja apenas óbvio demais para ser explicado.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Minha estrela

Chora, minha pequena. Tu és tão pura e o mundo é tão cruel. Chora, que irei secar tuas lágrimas. Chora, que te prometo curar tuas dores enquanto puder. Quando não mais puder, te prometo abraçar-te em silêncio.
Quero carregar-te em meu colo, quero dar-te um mundo onde não mais é permitido machucar-te. Tu não devias mais sofrer. Amo-te muito além da minha alma.

Chora, chora. Mas não liga se de meus olhos saltarem lágrimas que, como em cadência, acompanharão as tuas.


Agradeço pelos selos que o blog tem recebido. Está meio difícil organizar
o blog por agora, as coisas andam meio difíceis, mas em breve irei postá-los.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

I can't breath

Sinto como se estivesse flutuando sobre um mar imundo e, de repente, caísse, sendo obrigada a mergulhar em meio à toda aquela poluição. Não tenho fôlego. Não tenho forças. E não posso dizer nada, apenas sentir. Não posso falar, mas meu coração pede socorro.

Cada vez mais.
Afogada.

MY paranoid eyes



"And if they try to break down your disguise with their questions
You can hide, hide, hide, behind paranoid eyes"