terça-feira, 27 de julho de 2010

perdão.

Seus olhos entreabertos choravam de tanto combater o sono. Era já a terceira noite em que não conseguia tirar tudo o que vinha acontecendo nos últimos tempos da cabeça e descansar; como simplesmente fechar sua mente e esquecer tudo aquilo?
Todas as vezes em que havia tentado manter-se indiferente, silenciar quando algo gritava dentro dela, tudo o que havia mudado e agora estava igual novamente... visões e lembranças voltavam como flashes a todo o tempo.
Impossível apagar o que já foi, e impossível prometer que não ia acontecer tudo novamente. Tinha consciência de que estava sempre errava, culpava-se, mas não sabia ser diferente. Era o seu modo. Era ela.
Quando já não conseguia mais manter-se desperta, lutando contra todos aqueles pensamentos, uma desconsolada calma a invadia, inexplicada.

No outro dia, deixou apenas um bilhete:
"Vai ficar tudo bem. É sempre assim. Se não for aqui, agora, será lá, depois. Estou mesmo indo embora".

1 comentários:

Márcio Viana disse...

Eu gosto das coisas que você tem escrito ultimamente, e vejo muita semelhança com meu estilo de escrever. Talvez seja por causa do signo. ;)